quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Loucos de pedra

passo passo passarinho
E praqueles que são loucos, loucos de tacar pedra, de escorregar na montanha, aí vai o meu recado. Um calo de pé de  me disse que não precisa ter olhos pra ver a beleza lá de cima, que o suor que escorre do rosto e agarra no boné vira fôlego pra escorregar no cascalho adiante. Lá de cima, tudo dá pra ver, tudo que é desnecessário que a gente precisa demais aqui. Naquela casinha que estava tão pequenininha, que aos poucos meus olhos sugaram o zoom natural pelo caminhar que eu não sentia mais. Ali estavam seu Zé, Dona Maria, mundo antigo de hábitos modernos, do truco da varanda e presidente na cabeça eu sentia o cheiro do angu, e no silêncio da mata que rebate folhas o jantar ficou pronto. São fotos, registros, momentos de novas amizades, de dificuldades superadas e compartilhadas. Da mão molhada que me estendeu na hora do toco e que apoiou minha mochila pra apertar nas costas. Costas essas que suavam em forma de lágrimas, estralavam em protesto vão. Debaixo de sol, debaixo de chuva, a natureza chamava, clamava pelos loucos de pedra, garganta seca de terra, cheiro molhado. Fome. Barreiras que trouxeram pensamentos tantos que se acumularam e ficaram por lá. Dali eu trouxe um aprendizado imenso. Um não, vários. Do que se é, do que se tem, do que se dá. Hoje eu me orgulho de mim. Hoje sou um deles. Um dos loucos de pedra, que fizeram o programa de índio de desbravar matas e montanhas em busca do que é simples. A paz.

FRASE DO DIA: TUDO AQUI É MAAAA-RAAAA-VI-LHO-SO!

d-.-b Weird Science - Oingo Boingo

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